segunda-feira, setembro 05, 2005

Timidez

Ah a timidez...
Minha companheira maior, que sempre me guiou pelos caminhos tortuosos da vida e do amor, razão dos meus problemas, causa maior dos meus tormentos, a espinha na minha garganta, e, principalmente, a maior desculpa esfarrapada para meus travamentos frente às garotas (desculpa essa que veio bem a calhar por várias vezes).
Até hoje eu tento descobrir o verdadeiro motivo desse sentimento existir com tanta força em meu coração. Será genético? (Não, meu pai foi um “galinha sem-vergonha”). Será trauma? (Não, tive uma infância normal, com pessoas normais, crianças normais, pais normais, e eu SOU normal e pronto!). Será da alma? (E a alma tem doenças? Se tiver, achei a resposta!). Do que será então?
Já passei tanto tempo pensando nisso. Cerca de 3 anos, 2 meses e 7 horas. (Foi a partir do momento que percebi que meus amigos conseguiam namoradas, - até o Gordinho, filho da D. Nilza - mas eu não). Bom, calculando a 10 reais a hora, se eu estivesse trabalhando nesse período todo, eu ganharia R$273.670. Na média, daria pra comprar 9122 livros de auto-ajuda (o que com certeza resolveria meu problema), e ainda sobraria dinheiro pra comprar umas balinhas na esquina. Acho que eu perco tempo demais pensando!
E na hora de perguntar algo pra recepcionista? Meu pai dizia:
“Vai lá moleque, pergunta pra ela”. E eu:
“Ah pai, mas todo mundo vai ver...”. E ele:
“É claro moleque, tu não é invisível!”
Mesmo com todo esse “encorajamento” da parte do meu pai, até hoje eu tenho vergonha de perguntar qualquer coisa que seja pra qualquer pessoa. Pra marcar dentista eu tenho que usar o telefone. Se desse pra fazer consulta pelo telefone seria ótimo também.
Qualquer contato visual, olho no olho, me deixa ruborizado. Minha primeira namorada só foi saber que eu gostava dela 3 anos depois do sentimento existir em mim. 2 meses depois ela foi embora pra outra cidade, eu também, e eu só pude aproveitar esses parcos dois meses.
Talvez as coisas sejam dificultadas pelo fato d’eu me apaixonar por qualquer garota que me dê o mínimo de atenção.
Mas as coisas estão melhorando. Ontem eu falei com a menina que senta atrás de mim na faculdade. Fiquei super feliz:
“Ei, seu lápis caiu ali.”
“Ah...obrigada.”
Eu não vi, mas eu acho que ela sorriu.

Borba

8 comentários:

Anônimo disse...

Ao Mateus:
Pra mim, está perfeito!
Excelente!
Parabéns!!!

Ao "eu-lírico":
Porra, eu acho que saímos da mesma explosão ultra-galática influenciada pelos desordens amorosas (quê??)...

"Talvez as coisas sejam dificultadas pelo fato d’eu me apaixonar por qualquer garota que me dê o mínimo de atenção."

Você resumiu toda a porra da minha existência nessa bendita frase.

RENAN, alfaia.

Anônimo disse...

A prática leva à perfeição.

(E a descontração, à extroversão

cauduro

Anônimo disse...

Enquanto eu estava lendo, pensei que fosse um texto do Renan. Agora eu sei que é do Mateus. Mas bem que eu poderia tê-lo escrito!!
=)
Esses tímidos são uns lesos...

Anônimo disse...

..lesos é pouco.

Bom.. se eu realmente fosse fazer um comentário.. levaria uma hora sentada aqui.
Prefiro conversar pessoalmente contigo.

E ainda bem que eu não sou tímida..
seria um verdadeiro atraso e eu não teria nem metade das histórias que carrego comigo.


[eu te dou atenção?]

Anônimo disse...

Mudando o gênero, sendo no feminino, eu diria que essa história era MINHA! Haha.
;)

- disse...

Acho que as prostitutas de Genebra têm o mesmo problema. Oops, não seria problema, mas sim mesma característica: apaixonar-se pela primeira garota que dá atenção.

Perfeito. Muito bem escrito, não chegaria a tal. Falando nisso eu deveria escrever algo. Algo para impressionar as garotas, conseguir conquistá-las com um ar pedante. Se bem que seria ótimo se, pelo menos, elas soubessem o seu significado (de pedante).

Filipux

- disse...

É...
Eu não gostaria de conquistar uma garota que não sabe o significado de 'pedante'.
Talvez apenas para um sexo barato...
(Mentira!)
Hehehehe :)

Borba

Anônimo disse...

Ow, blog show!!! =D