No período eleitoral atual a controvérsia se tange à coligações. Partidos que levantam certas bandeiras estão ao lado de seus antagônicos. Um exemplo disso é a participação na coligação do governador de Mato Grosso Blairo Maggi — conhecido internamente como Barão da Soja ou Estuprador da Floresta — do Partido Verde, partido considerado defensor das fontes alternativas de energia, alternativas ao desmatamento. No caso do PV, é todo um sistema que está em jogo, pois é na região de Mato Grosso que está concentrada a maior desmatação da Floresta Amazônica, e tudo com respaldo do governador que está a um passo de sua reeleição em primeiro turno.
Falando em Sarney, são grandes as chances de ele ter a sua reeleição para o Senado ameaçada por uma novata no Amapá. Sim, Sarney é "amapaense", de acordo com a justiça eleitoral. Ele aproveitou a criação do estado do Amapá (onde sua taxa de rejeição era pequena) e se candidatou a uma das três vagas ao Senado em 1989 (lá ele não tinha candidatos à altura), um prato cheio para sua oposicionista, Cristiana Almeida (foto acima) que trabalhava no INCRA e denunciou a grilagem de terra feita pelos amigos de Sarney (entre eles o candidato a reeleição Waldez Góes que tem a candidatura ameaçada por conta de uma suposta compra de votos).
O fato é que Cristina fez com que o orgulhoso senador partisse para o vale-tudo, suando a camisa, passando a fazer campanha no estado (algo que nem cogitou fazer na sua primeira reeleição em 1998). Dançou meio que com cara de gringo uma dança típica da região, o marabaixo. Cristina alega que o Amapá só tem dois senadores, e o Maranhão quatro, isso aumento a rejeição ao ex-presidente. "Seria a hora de retomar essa vaga para os amapaenses" diz ela.
Saindo dos holofotes, as irmãs Alcilene e Alcinéa Cavalcante são as mais ferrenhas defensoras da campanha anti-Sarney entitulada "Xô Sarney!". Ambas utilizam seus blogs para divulgar a campanha que chegou ao Maranhão e foi trocada para "Xô Rosgana!" (alusão a filha e candidato ao governo Roseana Sarney). Sarney não ficou atrás e processou a primeira por ter criado a charge da campanha. Por conta disso, A Justiça Eleitoral acabou por extinguir o blog. Mas Alcinéia continua, já recebeu alguns pedidos de resposta do senador, e terá de pagar multas por ter "supostamente" atingido a moral do ex-presidente, que sorridente responde: "Não tenho relação com meu departamento jurídico".
E o PV? De que lado está? Pois bem, ao invés de ficar ao lado da ex-superintendente Cristina Almeira do INCRA, que revelou a grilagem no estado, o PV apóia a reeleição dos que teriam iniciado a falcatrua, os partidários de Sarney. Uma grande controvérsia!