Anteontem, passou O Retorno da Múmia, o que me fez lembrar da nossa querida Margaret Tachter e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sim, múmia — político de idade avançada que marcou era (i.e. governando por mais de, ou quase uma década) — cabe muito bem ao FHC.
Pois bem, FHC se uniu a Tasso Jereissati (presidente do PSDB) e a Aécio Neves (governador bem-cotado de Minas Gerais) e formaram o "triunvirato" com intuito de decidir qual seria o candidato do partido à eleição presidencial. É sabido por todos que o vencedor foi Geraldo Alckmin. Mas houve duas notícias a parte que passaram quase batido.
São Paulo, o maior colégio eleitoral do País é o triunfo tucano, há 12 anos, o Estado é governado por esse partido, seja na batuta de Mário Covas ou de Geraldo Alckmin, mas o que se viu recentemente foi a falta de candidatos tucanos à altura do posto, que conseguissem manter a hegemonia do partido no Governo do Estado. O PT já estava com linhas traçadas. Uma convenção do partido já definiria o vencedor no estado, isso era certo. Tudo sofreu um revés, Serra foi informado de que uma pesquisa feita no estado apontou como sua vitória certa. O prefeito de São Paulo, apesar de ter prometido que ficaria até o final de seu mandato, deve renunciar até sexta, prazo final.
Ou seja, no âmbito nacional será Lula (PT) versus Alckmin (PSDB), e no Estado de São Paulo (Aluízio Mercadante ou Marta Suplicy) versus José Serra. Vale lembrar que Serra e Marta já se enfrentaram para o cargo de prefeito de São Paulo, e Marta defendia a sua reeleição. É dado como certo que os dois vão comparar o que fizeram em seus mandatos na capital. Vai ser um: "Não, eu fiz!". "Não, fui eu, olho-de-peixe!"
Ficou semi-acertado também no encontro do tucanato que o Senado Federal deveria receber um senador tucano de peso. O melhor ficou para o final, a possível candidatura de Fernando Henrique Cardoso ao Senado Federal por São Paulo, o retorno da múmia.
Fichando políticos: Luiz Antônio Fleury Filho (PTB-SP)
Pretendo iniciar uma análise de alguns políticos. Deverão passar por aqui a Senadora-elefanta percussora da dança da pizza, o pequeno ACM, entre outros.
O político de hoje é candidato à reeleição à Câmara Federal por São Paulo, Fleury Filho. O nobre deputado veio dar duas aulas magnas na FUNDAÇÃO, onde estudo. A sua entrada foi vaiada por alguns e aplaudida por outros. A aula foi recheada de gráficos onde "o Fleury" (como gosta de ser chamado) mostrava que quando fora governador (por quatro anos) as taxas de criminalidade eram baixas e de que no Governo Covas-Alckmin (de atuais 12 anos), elas só subiram.
As perguntas eram tantas que houve sorteio. Já que minha sorte é pífia, não fui sorteado. Só me restou fazer a nobre pergunta ao nobre deputado quando o mesmo descesse do púpito. Isso ocorreu duas horas e dezenas de perguntas depois. Eu, com minha formalidade, falava enquanto ele autografava meu Código Penal: "Deputado, o que o senhor achou da absolvição do Coronel Ubiratan?" Ele fixou os olhos no que escrevia e respondeu: "Hum, achei correto. Foi um erro da justiça!". Eu estava chegando aonde queria chegar: "Deputado, o que o senhor acha da desativação do Caran...". Enquanto chegava ao final da minha pergunta, o nobre deputado devolveu-me o Código e virou-se bruscamente em direção à saída. Ou olhei para o autógrafo e fiquei pensando se essa era a mesma letra que autorizou o assassinato de 111 presos no Carandiru. Motivo pelo qual o nobre deputado nunca mais voltou ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo Estadual.
PS: se tiver uma boa visão verá que o Deputado Estadual Coronel Ubiratan (o executor) e "o Fleury" (como ele gosta de ser chamado novamente) estão na mesma foto tirada há alguns dias em Bauru.
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FICHA
Luiz Antônio Fleury Filho PTB-SP
Cargo: Deputado Federal
Padrinho político: Orestes Quércia
Histórico político: Governador de São Paulo (1991-1994) pelo PMDB. Deputado Federal (1999 - 2003), reeleito (2003 - ) pelo PTB
Realizações: Autorizou a invasão ao presídio do Carandiru (1993), defensor do NÃO no referendum das armas (2005), defensor do término do voto secreto no Senado e na Câmara (2006).
Posição no Ranking do site http://picaretas.br101.org/: O quarto mais picareta.
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E boa sorte ao astronauta brasileiro, o orgulho de Bauru!