terça-feira, setembro 20, 2005

Não leia! Não leia! Não leia!

Os professores de redação adoram enforçar a já conhecida divisão introdução, desenvolvimento e conclusão. Putos!

Introdução ou texto introdutório.
Quinze para as dez da noite, Filipe (eu mesmo na terceira pessoa, já que também sou o narrador), volta ao seu "apertamento" (sim, é um trocadilho barato que ouvi em algum programa por aí). Ao atravessar a Rua Goiás, quase ser atropelado por um caminhão de propoções golianas e dar uma breve corrida para a salvação da calçada do outro lado, ele repara que pessoas gordas têm aversão a ele. Talvez por ele ter, digo: não ter o que elas têm, gordura em excesso. O último fato que lembra ocorreu um pouco antes de quase ter sido atropelado -- a professora de redação.

Desenvolvimento textual.
Às 18:00, ele chega ao Curso onde a professora de redação já o devia estar esperando ou mesmo ter ido embora, puta de ter perdido a viagem. Ele procura por todos os lados e não encontra a nobre professora e é informado pelo Tsuda (amigo nipo-ítalo-brasileiro) que a mesma ainda não havia chegado. Passa-se cerca de uma hora e ele continua olhando as duas redações que ela deveria analisar junto a ele -- uma sobre a violência entre jovens (tema já desgastado, mas insistentemente defendido por ela como um dos principais) e o outro que já foi posto aqui em "Genebra e as Três Prostitutas" sobre a corrupção (esse é tema corrente e cotado para algumas das universidades que farei. Tem que ser, senão eu a mato).

Ele olha para o lado e vê que ela já havia adentrado a biblioteca dantesca de livros de mal ou péssimo gosto onde só se salvam Decamerão (já lido por mim), Dom Quixote (projeto) e o dicionário Sacconi. "Ah, Filipe, tu paga mais de três centenas e meia de reais e nem tem um Almanaque Abril sequer na biblioteca?" Ah, tem, mas é de 2003 (tempos da já antiga e mal-afamada Iugoslávia do sanguinário e também mal-afamado Milosevic. bons tempos). Após questionada sobre a correção ou não das redações, ela diz com um breve sorriso: "Claro, só me deixe, rapidamente, olhar o orkut". Eu engulo o que ela disse desejando que ela engolisse duas toras e meia da "etnia negra (como ela gosta de dizer)".

Conclusão.
Depois de desenhar uma folha inteira de rascunho e olhar incessantemente para ver se havia algum sinal da sua vinda, Filipux pensa que o melhor é ver o que ela tanto faz na internet. Ele se depara com a ação mais ridícula que ele já vira de uma professora de redação: a criação de uma comunidade do orkut de um programa infantil da década de 1980. Ele retorna à mesa e fica a sua espera. Bate o sino e ela desaparece. Ele descobre, então, que ela havia locado um filme que assistirá junto à classe. Ele vai até lá e pergunta se ela fará a maldita correção. Ela, com cara de quem tem algo a dever, diz que só semana que vem poderá fazê-lo (apesar de ter deixado Filipux esperando por quase quatro horas). Amanhã, filipux irá encontrá-la, e talvez a redação que ela corrigirá será essa, daí ela sentirá no seu estômago gordo de proporções colossais o gostinho da vingança.

"Não disse, professora, não era para ler. Ah, tem algum erro?"

Filipux

5 comentários:

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Pior texto já escrito pelo Filipux. But he got his revenge.

O Autor.

Anônimo disse...

Hahahahahahahahahahahaha! (desculpa começar o post com essa risada nada criativa...)
Fantásticoooooo!!!

Nossa! Vai parcer puxa-saquismo, mas pra provar que não, ao começar a ler o texto eu pensei: "Porra, será uma aventurazinha idiota que o Filipe escreveu?"
Final surpreendente!
Texto ótimo!

Em relação a sua professora... Eu ficaria horas aqui falando sobre toda a ideologia que tenho a respeito de alguns mestres e blábláblá...
Deixemos pra outra hora!

Alfaia, o quase verborrágico!

Anônimo disse...

Ah, meu dia foi muito complicado hoje.

Pra ser breve, faço das palavras do Renan as minhas :)

Boa noite srs.

Mateus, o quase morto.

Anônimo disse...

Nada como Ruth Larré.

Yay. De alguma coisa a cidade deveria estar melhor servida. A minha.

ogaihT