sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Se CAIO tu me seguras?

Em tempos de Carnivale, Terça-feira Gorda e Quarta-feira de Cinzas, a Maison Centrale de La Rue de Berne (nome de nossa sagrada casa libidinosa) teve de pedir reforços. Não havia moças disponíveis na região do lago. Tive, como Puta-mor, de procurar por um reforço na capital da longínqua potência falida (Moscou, Rússia). Através de um site russo encontrei uma que parecia bem jeitosinha por míseros 1981,43 rublos, cerca de 92,54 francos suíços (R$150,00). Branquela como todas as russas, magra como... Bem, russos são gordos, então magra como as francesas, ela bebe como uma boa russa. Anteriormente, ela felava, faminta, senhores nos banheiros fétidos do belo metrô de Moscou por alguns trocados. Hoje, ela é o prato principal. E façam valer nosso primeiro, mas promissor investimento.

Filipux

Opinar É Uma Arte

Pouco vejo as notícias. Entro na UOL às vezes para verificar se o mundo não está explodindo lá fora. Nunca está. Às vezes até torço para que esteja. Um dia estará. Sou um grande alienado.
Para compensar meu distanciamento às notícias até tento ter opiniões sobre umas coisas. Coisas atuais. Procuro não ser utópico quando opino, mas, quando percebo, estou no fundo de um poço que transborda fantasia. E os assuntos para os quais crio opiniões não são lá os mais funcionais. Não são daqueles que servem para dizer em qualquer buteco. Tem gente que é inteligente e anda sempre ensaiado com opiniões funcionais. Aquelas sobre política, futebol, mulheres e relacionamentos. Até sobre drogas.
Essas de relacionamento - nessa linha de filosofia barata - você acaba usando ao lado de mulheres, para dar o bote e se esquentar da solidão.
Com as de futebol se acaba brigando com seus melhores amigos.
Admiro a coragem e arrogância dos que opinam sobre política. Aqueles que defendem um partido ou culpam algum político. Essas pessoas têm performance e sempre acabam seus shows tentando passar uma imagem misteriosa de quem sabe algo mais sobre o que se passa nos bastidores do Planalto, quando na verdade ninguém sabe a verdade.
Em uma noite esses dias eu saí de casa com uma sutil, quase imperceptível, vontade de debater maconha. Só debater. Mas, logo no começo da noitada já ouço um infeliz dizer:
- É, Fulano brigou feio com a família. O pai o acusou de estar usando maconha e chegou a expulsá-lo de casa.
Eu, tentando satisfazer minha vontade, chego perto e pergunto: E ele tava fumando?
- Não sei, mas eu e Ciclano estamos desconfiados de que ele esteja usando sim.
Por um instante eu pensei “Deus, será que é de maconha que estamos falando? Não, deve ser de assassinato ou tráfico de pó. Ou adultério, que é outra coisa que as pessoas não gostam.”.
Quando aquele infeliz usou o termo “acusou” foi perceptível sua conivente opinião a toda aquela louca ignorância paterna a que era exposta nosso pobre amigo Fulano.
E no instante seguinte, para meu bem, mudei de assunto. Eu lembrei que opinar é algo precioso, não é como apenas saber de um assunto. É como arte.

(Natasha) Caio

10 comentários:

Anônimo disse...

Hahahahahahahahahah!
Perfeito!
Ótimo!
Os clientes ficarão loucos por essa bela Puta russa!

Bem, muito boa e útil a introdução do Sr. Pux.
Quanto ao texto do Caio, muito bom, muito bom.
Gostei de toda a parte inflexiva, que realmente se encaixou perfeitamente na realidade.

Só pra deixar claro, apenas não gostei da parte "que era exposta nosso pobre amigo Ciclano."
Por que "pobre"? Ele é um inocente que se viu acabrunhado pelo sistema? Bem, talvez seja apenas uma palavra impensada que o caio pôs no texto, talvez não.
Como ele julgou o "acusou" do Ciclano, eu julgo esse "pobre" dele.

Não vou entrar no mérito da questão de falar mais uma vez: cada um tem seu livre arbítrio pra fazer o que quer, sua própria liberdade, cada um é dono do seu prórpio nariz - desde que não interfira na liberdade dos outros.

Sempre se diz "ah, todo mundo fuma", "a maconha é uma droga leve", "blá blá blá, eu não quero discutir".

O meu argumento é o mais simples possível, e se chama "consequência".
Sabe aquela coisa de que o tráfico de maconha movimenta milhões? É a base de um narcotráfico feliz e sadio no nosso país? De que o filhinho de papai roubou o som do seu carro porque acabou o dinheiro da mesada dele, e ele precisa de droga? Do outro que começou com maconha, e hoje mistura heroína e cocaína? E de que o dinheiro do carinha que te vendeu a maconha está diretamente ligado à bala perdida que matou aquele garoto na esquina?
Pois é. Pra alguns é lenda.
Pra mim é verdade.

O carinha não é "pobre". Ele é provavelmente algum informado de tudo isso, mas egoísta o suficiente pra achar que isso é bobagem.
De qualquer forma, ele não necessita de ninguém pra falar o que ele deve fazer. Muito menos de um pai pra lhe expulsar de casa.
Ele precisa de ajuda.
Mas só cabe a ele aceitar ou não...



Borba

Anônimo disse...

Borba, gostei pra caralho do seu comentário, e vc tem razão sobre a maconha....mas assunto de drogas é debate pro resto da vida...(quem diz que não fuma pelos motivos que vc muito bem colocou, tb deveria pensar sobre o álcool, que é leve , td mundo bebe e causa consequências(na minha opinião) tão ou mais destrutivas que a maconha---acidentes c/ automóveis, acidentes domésticos,doenças, overdose,depêndencia e porta de entrada para outras drogas...mas mesmo assim a gente contribui pra isso.Ah,sobre a palavra pobre ,foi inspirada no "Bicho de sete cabeças", filme que debate maconha e a ignorância sobre esse assunto.

Brigadão aos Putos, foi uma primeira vez de surpresa, bem prazerosa.Valeu!

- disse...

O "Début" de Natasha foi cheio de suspense, mas rendeu poucas e boas. Assuntos para um bar. Quanto ao texto, hum, assunto para um bar de novo.

Caio, se depois de Marília, vier a São Paulo. Tenho alguns contatos que vais amar. E pare de beber, puta!

Filipux (não profundo)

Anônimo disse...

Já assisti Bicho de Sete Cabeças. Muito bom.
Mas sim caio, só não falei disso pra comentário não ficar maior que o texto.
Eu concordo que o álcool entra aí, e quem sabe até o cigarro de nicotina, que mata tanto que usa, como quem está perto, aos poucos.
Abraços.

Borba

Anônimo disse...

Uma correção: ao fim do penúltimo parágrafo, leia-se "Fulano" em vez de "Ciclano".

Natascha

Anônimo disse...

Eu ia fazer a mesma correção aí de cima.
:)


Pois é, eu acho meio engraçado como as pessoas tratam de certos assuntos com tanto pudor. Assuntos que deveriam ser tratados com o máximo de naturalidade possível.
Mas o nome disso não é pudor não, é alienação!
Hipocrisia da boa!

PS.: Bicho de Sete Cabeças é ótimo.
PS2.: A sorte do Caio é não ter os mesmos pais do personagem do filme, podendo, assim, fumar e beber em sua própria casa.

Alfaia

Alexandre Lucio Fernandes disse...

"Eu prefiro ser, essa metamomorfose ambulante, do que ser aquela velha opinião formada sobre tudo" - do nosso rei Rauzito.

Um trecho que diz tudo.
Os preceitos existem em tudo e estamos nos abafando nessa sociedade robotica que sempre tem respostas na ponta da língua. Normalmente nunca tenho o que opinar. Talvez essa nunca foi uma arte minha.
Drogas é um tema polêmico tanto quanto outros que existem. Mas só sei dizer isso (tô com preguiça, aliás meu chefe chegou agora, deixo pra depois...)


ALF

Alexandre Lucio Fernandes disse...

devia ser metamorfose aí em cima...
só por correção...

ALF

Anônimo disse...

Bom texto Caio, parabens e sucesso nessa sua nova carreira!!!hehehe...Sobre o assunto, prefiro nem opinar.Vc sabe o q eu penso e acho tb q nesse texto o infeliz sou eu!!!!

Anônimo disse...

Agora vc ja sabe que não é né gatinha