domingo, novembro 13, 2005

Ontem lá estava eu a divagar pelos meus caminhos tortuosos e sujos, esperando minhas gastas aulas de sociologia.
Virando a esquina me cruzam dois garotos entoando em uníssono: “...e se lembrou de quando era uma criançáááá... ”.
Ah, saudosista como eu sou, de certa forma me emocionei com aqueles dois moleques de uns 10 anos cantando Faroeste Caboclo.
Mas aí pensei em algo um pouco mais complexo. Lembrei-me de um seminário que assisti semanas atrás, sobre Indústria Cultural e Música. Lá foi mostrada a lista dos 20 CDs mais vendidos do ano, e inclusos na lista (não me surpreendi) estavam 3 CDs do Legião.
Apesar de saber que existe, é um fenômeno que eu não compreendo: todos os anos se vendem milhares de CDs deles, e as gerações de apreciadores de Legião Urbana vão se renovando.
Mas se a banda acabou!?
Eles não vão ao programa do Faustão.
Nem tem mais clipes na MTV.
Você não lê mais entrevistas com a banda...
Outro aspecto: Nenhum componente da banda é um músico magistral. Legião se vale pela somplicidade. Eu sei porque conheço as músicas. Tenho os CDs. Aprendi a tocar violão tocando Legião Urbana. Em um trecho do Acústico MTV o Renato fala: “...se vocês querem aprender nossas músicas, basta saber isso aqui...” e toca um RÉ, um DÓ e um MI menor.
Então? Ué?
O contexto histórico talvez?
Nós não vivemos mais os tempos louco da juventude desregrada do Planalto Central. Mas o Brasil continua com seus problemas. Afinal, que país é esse?
Marcianos invadem a Terra, e Dado continua viciado.
Continuamos tentando aprender a amar como se não houvesse amanhã, tentando falar a língua dos anjos.
No fundo somos iguais aos nossos pais. Eles gostavam, nós gostamos e nossos filhos vão gostar.
Pra fazer jus à minha fama de nostálgico, vou pegar o V, primeiro CD deles que eu ouvi, o primeiro CD deles que eu tive acesso, herança paternal, e pôr aqui pra tocar. Vou deixar esse quarto cheirando a utopia, e me lembrar de quando era uma criançááááá, e de tudo que eu vivi até aqui...

Borba

7 comentários:

- disse...

Enfim, Putos, atualizei \o/

Anônimo disse...

uaaaaaaau!

vou até botar um cd do Legião que eu tenho também, pra matar a saudade e lembrar daqueles tempos...

já passou o link daquele blog pro Filipux ler????

abraços.

- disse...

Eu sou um cara suspeito pra falar de Legião...

Há pouco vi uma entrevista do Humberto Gessinger (vocalista do Engenheiros) dizendo que a juventude e algumas das novas bandas (dos anos 80) criavam um estereotipo inspirado nos americanos: jaqueta de couro e óculos escuros!
Falava também (e nesse ele se inclui) que a juventude gostava de fazer "tempestade em copo d'água"! E hoje isso soa muito mais heróico do que parece. Não que o Brasil não tivesse problemas naquele tempo. Sim, tinha, mas todos nós aqui somos adolescentes e sabemos que gostamos mesmo de exagerar... Aquela velha história de "ter saudade do que não tivemos!"
Aí é que entra Legião: Renato Russo era o avesso de grande parte dessa leva americanizada que assolava e assola o Brasil. Lembro desse acústico que você cita aí, Mateus. As roupas deles eram totalmente "bregas"! Sei também dessa tal simplicidade sonora que ela tanto fazia apologia. Rock não é só barulho e as letras são importantíssimas. Renato Russo está nesse patamar. Está nesse nível!
Levando em consideração que hoje a coisa parece muito mais heróica que era, eu arrisco dizer que tanto Legião, quanto Engenheiros ou Barão Vermelho (o do Cazuza, por favor!) vão continuar importando numa escala crescente!

Alfaia

- disse...

Tá, mas agora eu vou colocar algum CD do Legião também, né?
Eu mereço!



PS: Lembrei de alguns duetos que fazíamos, hein, Mateus?

Alfaia

- disse...

Quando falam de Legião, a primeira coisa que me vem a cabeça é a data da morte de Renato Manfredi Júnior (eu não podia deixar de ser pedante), vulgo Renato Russo: 11 de outubro de 1996, aniversário da minha irmã. Foi com ela com quem eu comecei a ouví-la.

Saudosismo. Ah, quando estiverem escapistas leiam um livro.

Filipux

Anônimo disse...

Eu já gostei de legião urbana. E nesse lapso temporal adquiri 4 ou 5 cds deles. Hoje me dá raiva de ouvir meninos novos e desafinados cantando altos suas musicas dentro de um onibus, por exemplo.

Anônimo disse...

Porra Mateus, eu num vo dize q vc se supero nesse texto pq vc escreve bem prra cacete...mas se eu tivese escrito esse ai eu ficaria rindo e comemorando 3 dias sem parar.

Abração

Caio