quinta-feira, setembro 18, 2008

Prática Civil V

De tão absorto nas novas notas do blues que ecoavam pelo cubículo, nem percebeu o tocar na porta da sala. TOC TOC – dessa vez mais forte, e ele se deu conta de que alguém batia à frente.

Lançou um olhar de reprovação ao toca-cds, como se quisesse dizer – Merda! Porque canta tão alto? Pensou em disfarçar, e esse ser incômodo que estava batendo daria meia volta. Daí pensou que era culpa sua de ouvir o som tão alto – Vai ficar surdo, moleque! Sua mãe sempre dizia.

Passos lentos até a porta, nos pés, um par de meias sujas. Piscou na frente do olho mágico: uma mulher. Sua mente voou em dois segundos aos enredos dos pornôs B que inundavam sua solidão por muitas noites, nas típicas cenas em que a loira peituda aparece na porta pedindo açúcar e termina em cima da cama, no ato do gozo.

Abriu uma fresta. O máximo que passava por ali era uma respiração e o olhar de curiosidade.
- Não atende mais o telefone não, é?

2 comentários:

Larissa Santiago disse...

êeeeeeuuuU!!
o chapolin colorado!!
nao contavam com minha astúcia!

Alfaia disse...

é uma personagem que rende essa, viu!

essa série lembra muito o clipe de flerte fatal. principalmente com esse gancho que tu deu.
o caio uma vez comentou sobre esse clipe quando leu um texto meu.
acho que cai bem aqui também.