sexta-feira, fevereiro 22, 2008

"Le Couperet"

Corte.

Acordei suado.
Poderia ser o calor massacrante que fazia por esses dias, mas não era.
Tentei organizar os pensamentos, em vão. De onde tinha saído tudo aquilo?
Antes de me perder nas tentativas de justificar meus devaneios, resolvi escrever tudo que ainda lembrava, enquanto aquelas sensações ainda estavam quentes no meu corpo, enquanto eu ainda estava duro.

Corte.

Eu estava no quarto dela, aquele mesmo branquinho e frio de outro dia. Deitado, embaixo de um cobertor grosso, o que eu estaria fazendo ali? A atenção na TV ligada foi interrompida pela porta abrindo, de onde ela vinha, nua, com um copo de água na mão.
- Toma.
- Han?
- A água que você pediu, bocó!
- Água?
Minha surpresa só não foi maior do que quando me arrumei para pegar o copo de água, e ao pegá-lo percebi que também estava completamente nu, e que ela não estranhou isso.

Corte.

- Vem pra cá - eu chamava.
- Calma, to procurando aquele filme que eu tinha te falado.
- Filme?
Ela estava de costas pra mim, de frente pra TV, procurando alguma coisa nas estantes. Dizia ser um filme. Que filme? Não lembrava de filme algum. Seus movimentos, que eu achava graciosos, davam a perceber que ela estava tentando chamar minha atenção, seduzir meus olhos, apesar de não precisar. Estava mais uma vez reparando em como sua pele era alva e serena. E como ela tinha beleza, e textura. A linha das costas terminando nas nádegas macias e suas pernas frágeis, que estavam mais bonitas a cada vez que eu a via.
- Vem pra cá.
Ela se virou toda, o cabelo solto nos ombros, a barriguinha, os seios pequenos e firmes que cabiam perfeitamente na minha mão e na minha boca.
- Tô indo, tá?

Corte.

- Mais forte...
Ela gemia. Arfava. Cada vez mais intensa.
- Mais forte...
Não era uma interjeição. Era um pedido, quase um rogo, uma súplica. Seus olhos abriam e fechavam, rodavam, enquanto eu beijava sua nuca, sua orelha.
- Mais forte...
Eu a penetrava por trás. Arquejava suas costas, segurava seu ombro com força e a puxava pra mim. Ela era quente, pequena, apertada. Molhada. Não queria soltá-la nunca. Eu pulsava dentro dela, sentia meu sangue enlouquecido pelas veias saltadas enquanto ela me envolvia, me apertava mais, me ganhava a cada movimento, cada vez mais forte.
- Mais forte... mais forte...
A fechei em meus braços, enquanto minha mão percorria sua barriga, seus seios, sua boca. Sua púbis, seu sexo coberto de leve penugem, sua carne, lânguida, tenra. Meus dedos corriam em movimentos rápidos, enquanto eu batia com comedida violência a enchendo com meu membro. Uma mordida do ombro, começo a intercalar um movimento longo com um curto, mas ambos profundos, fortes...
- Mais forte...

Corte.

Estávamos na sala, todos nus. Nós e mais dois amigos. A outra e o outro. O que eles faziam ali? Qual a relação entre eles? Qual a relação deles comigo? O que tinha em comum entre eles e eu? Ela, pensei.

Corte.

A outra estava em cima de mim. No sofá. O outro estava no sofá a frente, com uma feição estranha no rosto, talvez algo relacionado ao fato dele ser homossexual? Assumidamente, pensei, enquanto penetrava a segunda mecanicamente. Não, acho que não.

Corte.

- Dá pra dar uma licencinha pra gente?
Era ela, que queria ficar com o outro, a sós, no quarto.
Não entendi. O que tinha acontecido? O que ela queria com ele, afinal? Que ingênuo, eu.
Meu estômago embrulhou.
Acordei suado.

Corte.

12 comentários:

Anônimo disse...

u-lalá!;)

Anônimo disse...

que texto mais... sexual o.o
mas adorei.
me lembrou caio fernando abreu.
bueno, bueno. :)

Anônimo disse...

Mateus tem umas sacadas legais, acho que eu nunca disse isso. Uma mistura de sonho e realidade nua, pura, rasgada, mas ainda assim... Tem sonho.

Uns beijos!

Unknown disse...

caralho, que foda!

haushuashu .D

Alfaia disse...

Erótico sem ser vulgar. Algo que pode ser o nascimento do teu estilo no gênero, ham?

Intenso, sem dúvida.

Anônimo disse...

Ah meus 20 anos... quando tudo tende ao erotismo!

Jessica Rampazo disse...

vc acordou de pipi duro?
pq se eu tivesse um pipi teria ficado com ele duro ao ler este texto.

Deniac disse...

que putaria é essa man?

Esyath disse...

Borba, meu filho... isso foi um sonho!? Um delírio...? Imaginação...? De todo modo me parece um conto francês... Eles são meio liberais... Você um brasileiro... ficou desconcertado... Foi pego desprevinido... rs.
Beijos (Des)conexos!

ALEXANDRE NAGANO disse...

Bonitinhos ne?! Gostei dos comentarias e vamos ver mai rsrs

Elfa disse...

que putaria, Borba :)

iarazul disse...

ótima narrativa! ótimo sonho, ótima musa!