domingo, abril 29, 2007

Grande angular



É que, tentando fugir do que eu considero um padrão para mim, simplesmente fazendo as mesmas coisas de outras formas, eu abro um pouco mais os cantos do meu horizonte limitado.
Eu passo a enxergar um pouco mais do céu azul.

Estou tentando começar a enxergar as coisas pela vista de uma grande angular.
Não é só o olho que fica mais aguçado. É a mente que se abre ao mundo externo.

sábado, abril 21, 2007

A jactância de um golpe de Estado e suas implicações na velha placa que fronteia um cabaré

Eis que do meio da esbórnia insurge o povo
inflamado pelos tiros de canhão ao céus.

, e estávamos nós a conversar e decidir sobre determinadas mudanças que deveriam ocorrer em Genebra. E somos assim mesmo, discutimos tais coisas mesmo que não seja época de eleição. Mudanças os transeuntes aqui presentes já puderam perceber: mudanças estéticas, não poéticas. Retórica nunca foi nosso forte, e só convencemos o eleitorado à base de dentaduras amarradas em promessas.

Faltava decidir, feitas as mudanças estéticas, quem teria a (des)honra de vir a público falar dos problemas da casa. Problemas mesmo, nenhum. Apenas abandono por parte de algumas garotas no meio da campanha. E a peteca pula de um pro outro feito batata quente, que ninguém gosta de segurar e queimar as mãos tão utilizadas em nosso muito honrado ofício. Foi aí que nos demos conta de uma coisa: ninguém precisava falar nada.

Há muito, qualquer um que freqüente mais assiduamente nosso famigerado bordel, mesmo que seja apenas pra sentar ao balcão e pedir uma gelada, pôde perceber que na placa que emoldura a nossa suja porta da frente não estava mais escrito 'genebra e as cinco prostitutas'.

Há muito, já havíamos percebido que a placa parecia maior, a casa estava maior, o espaço parecia sobrar; e não é porque investimos em terreno, cimento e tijolos. É porque há muito nessa casa, cinco significa dois.

E tudo que antes era pra cinco, a partir de hoje, acreditem, é somente pra dois.


Aos negligentes, por quem tanto lutamos.
Borba e Alfaia.

domingo, abril 15, 2007

Vá-te.

- Ah, peraí vai. Você... você é engraçado.

Essas eram as melhores palavras que ela conseguia usar para expressar o quanto eu era especial pra ela.

- Sou? - não me lembro das minhas feições naquele momento - Legal, caras engraçados a gente encontra aos montes por aí.

Essa era a minha forma de dizer a ela que ela tinha sido especial pra mim, mas não o era mais.

quinta-feira, abril 12, 2007

Procura-se.

A Luiza fala que o Mateus só precisa de uma menina madura, da mesma idade e que goste de compartilhar das mesmas coisas.
O Mateus não sabe.

Esses dias, durante uma conversa, tentando descobrir em qual fase psico-coracional (é, de coração) eu me encontro, chego a outra conclusão: nunca um quem sou eu do orkut disse tanto sobre mim. Eu, que já mudei e continuo mudando aquilo a cada semana, percebi que estou na fase do desapego.
É quando você não quer saber mais de nada, só se libertar daquilo que você acha ou achava essencial.

A Carol fala que ele só precisa de uma qualquer aí pra 'dar uns pegas, uma bem dada'.
O Mateus não sabe.

Isso implica, basicamente, em andar pelado pela casa, matar aula quando quiser, flertar com a amiga da irmã e deixar de fazer a barba. Ou fazer.
Mas o fato de, por esses dias, dormir recebendo os cafunés de uma amiga, me fez lembrar de como é bom ter alguém em quem pensar com carinho no tedioso caminho de volta pra casa, dentro do ônibus das 19h, com o vento gelado batendo no rosto e as luzes passando rápidas pelos olhos.

Aí, no fundo, o Mateus lembra de que nunca deixou nem vai deixar de ser um utópico romântico com cheiro de nostalgia. E mesmo se a barba bater no chão, ou a amiga da irmã der mole, ele vai continuar pensando que a menina dos sonhos dele gosta de Beatles.
Disso ele sabe.

quarta-feira, abril 04, 2007

Ser ou não ser

Eis o refrão!