Dizem os antigos da família que a história das torcidas cá em casa se resume a uma questão puramente matemática. Repetem, feito vendedores de mingau da Av. Sete, que eu, ainda guri, aderi ao brasão do brioso rubronegro baiano por pura pressão paternal.
Meu tio Elton, o que mais sofre com os delírios pela ausência titurilística dos tricolores (há 8 anos que eles não ganham nem campeonato de cuspe à distância), adora balburdiar a trela, que ele diz ser verdadeira:
- Rapaz (e vira pra meu pai), você lembra sim, lembra que eu sei, daquele dia que você virou pra ele (no caso, eu) e disse: torça pro Vitória menino, torça pro Vitória, que seu tio e seu irmão já são Bahia. Torceremos eu e você pro Vitória, e assim equilibra, fica dois contra dois.
Daí que segundo ele, eu, claro, mais novo, comi o agá de meu pai, e passei a torcer pro Vitória.
Isso ele conta como uma espécie de pilhéria. Faz uma algazarra dos seiscentos. Se aproveita dos fatos inventados e historietas do tempo do ronca para mascarar as discussões que realmente importam (ou não mais, porque contra fatos não há argumentos) – enquanto o time dele definha e a torcida vai enlouquecendo aos poucos, o meu time tem um pé no presente e outro no futuro, e a nossa torcida só faz crescer.
Ao final do causo, provavelmente contado pela decanésima vez, eu dou uma risadinha pra não postergar mais o assunto e faço minha típica cara de deboche. Não sabe ele que antes de qualquer fração ou soma, antes de qualquer palavra ou triagem, está o time pelo qual o homem torce, e isso não se escolhe, é de nascença, é de berço, é de cria, é sentimento sem explicação.
Meu tio Elton, o que mais sofre com os delírios pela ausência titurilística dos tricolores (há 8 anos que eles não ganham nem campeonato de cuspe à distância), adora balburdiar a trela, que ele diz ser verdadeira:
- Rapaz (e vira pra meu pai), você lembra sim, lembra que eu sei, daquele dia que você virou pra ele (no caso, eu) e disse: torça pro Vitória menino, torça pro Vitória, que seu tio e seu irmão já são Bahia. Torceremos eu e você pro Vitória, e assim equilibra, fica dois contra dois.
Daí que segundo ele, eu, claro, mais novo, comi o agá de meu pai, e passei a torcer pro Vitória.
Isso ele conta como uma espécie de pilhéria. Faz uma algazarra dos seiscentos. Se aproveita dos fatos inventados e historietas do tempo do ronca para mascarar as discussões que realmente importam (ou não mais, porque contra fatos não há argumentos) – enquanto o time dele definha e a torcida vai enlouquecendo aos poucos, o meu time tem um pé no presente e outro no futuro, e a nossa torcida só faz crescer.
Ao final do causo, provavelmente contado pela decanésima vez, eu dou uma risadinha pra não postergar mais o assunto e faço minha típica cara de deboche. Não sabe ele que antes de qualquer fração ou soma, antes de qualquer palavra ou triagem, está o time pelo qual o homem torce, e isso não se escolhe, é de nascença, é de berço, é de cria, é sentimento sem explicação.
4 comentários:
vai, Clitória!
(que eu gosto mesmo é de gozar com o pau alheio)
[aqui a história se repete. mas eu sempre falo: se você, ainda menino, visse o que eu via quando o raí jogava, você seria tão são-paulino quanto eu.]
Interessante...Vc é vitoria por solidariedade. rsrsrsrs
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Borba,
todoa amam uma zoação...
Aqui em casa meu irmão sempre tem que dizer... "Esy torce pelo velho flamengo porque a mainha sempre torceu" kkkkkkkkkkkkkkk
Mas eu me lembro muito bem dos velhos tempos dele... em que ele abraçava a causa flamenguista...;)
Acho que é mais uma questão de química com o time... identificação mesmo... - rs.
Beijos (Des)conexos!
me diz o que seria desse mundo sem a paixão pela bola? (caham). caso sério. meu pai é vascaíno, meu irmão (que não é filho do meu pai) também. minha mãe é corinthiana, e as minhas irmãs torcem pro time dos namorados. meu namorado não torce pra time nenhum. então, sei lá, já que vou ser arquiteta (vou?), torço pro time dos viadinhos mesmo. (:
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