segunda-feira, dezembro 29, 2008

Alta Fidelidade

Aproveitando o ano findando e a falta de sono às 02:26, resolvi dar uma relida no blogue e fazer meu Top 6 - Textos 2008.
Adoro esses Top's 10, 5, 3... mas eu pré-selecionei 8, e não consegui excluir mais nenhum dentre esses, então fica sendo um Top 6 mesmo. Opinião pessoal, claro. Aí vai:

6
Prática Civil IV
Autor: Borba

5
Tevê de propaganda em tela de bronzeador
Autor: Alfaia

4
Pequeno texto em 5 partes sobre 6 garotas que me fascinam
Autor: Borba

3
O Perfumista
Autora: Renata Marques (Participação Especial)

2
Mentira vai à praça
Autor: Alfaia

1
"Le Couperet"
Autor: Borba

domingo, dezembro 28, 2008

Antigos Achados Atuais

Achei um arquivo .txt aqui no PC, enquanto dava uma organizada nas pastas. Deve ter uns 4 anos ou mais que escrevi isso. Acho que está mais atual que nunca.

-

O Borba

Dizem por aí que o tal Borba é o pior dos salafrários,
um sôfrego rabujo automaticamente irônico.
Um disparate assimétrico de proporções díspares,
um coração amargurado com um sorriso lacônico.

Enquanto deixa sua linda - com doces beijos na cama - a dormir,
procura na noite saciar seus impulsos.
Procura nos caminhos obscuros algo que o retorne ao ímpeto,
e ao longínquo trôpego que o faz pesadamente cair.

Quem entende o homem? Nem ele, nem alguém, nem ninguém.
Nem sua linda, que suavemente dorme sem ver nem imaginar.
De olhos fechados ela pensa que sabe o amar.
E ele? Faz o que quer? Ou faz o que convém?
A quem ele acha que engana? Acham que ele é homem de bem?
Ele é só o Borba, cansado de tentar.

-


A gente muda mas não muda, afinal.

terça-feira, dezembro 16, 2008

Whisky para um condenado

Era um dia quente.
Muito quente.
O cigano entrou pelo saloom com passadas lentas.
Todos olharam. Menos eu.
O cigano tropeçou e caiu. Levantou-se. Passadas lentas até o balcão. Todos olhavam com indiferença a barriga aberta do cigano com suas tripas perfuradas pra fora. Menos eu.
Ele as limpava, as tripas, depois da queda.
No balcão, murmurou um whisky para Solano, o barman. Este o serviu. E perguntou com certa parcimônia:
- Que te aconteceu, cigano?
O cigano olhou para Solano com os olhos vermelhos:
- Me mataram, amigo, me mataram... - Virou o copo da bebida de um só gole e ainda acrescentou: - Mas o pior é isto - e olhou para as próprias tripas, que agora vazavam toda a bebida há pouco ingerida.
Todos fizeram cara de comovidos. Menos eu.
Tenho de ser profissional nestas horas.
- Caralho - gritou o cigano.
E caiu.
E morreu.