quarta-feira, dezembro 21, 2005

Las Vegas! Las Vegas!

Dia 03 de novembro é uma data determinante. Pois, é após (paranomásia) o dia dos Finados (anacoluto), que o comércio dá um longo suspiro branco (sinestesia) e um leve sorriso: vai começar a véspera do Natal! É o que eu chamo de sentimento Las Vegas -- algo belo e brega (paradoxo) em dois extremos e decorações coloridinhas, presépios (coloridinhos), papais-noel e um monte de gente comprando e enfrentando, como se no meio de uma selva (paradoxo) imensamente (hibérbole) fechada (metáfora) e através de empurra-empurra, as maratonas (metonímia) diárias de compras --, ou seja, o capitalismo selvagem em seu mais puro significado.

É nessa época que todos ficam mais sensíveis e se derretem quando vêem algo que remete a luzes, logo compras. E é também a partir da época do dia dos Finados (precisamente após Ações de Graça) que (analepse) na Terra do Tio Sam (antonomásia), os americanos (antítese) se arranham, se batem, se (anáfora) matam (gradação) por um presente quando as lojas abrem e dão -- graças a Deus! (apóstrofe) -- pela existência do Natal. Afinal, poderão gastar o que têm a mais: dinheiro. E Dinheiro (prosopopéia) é um ser muito presado, ã? É a diferença entre os países que têm mais grana e os que não se podem garantir de tal (eufemismo). O resto (zeugma) é o mesmo.

"Por que tantas figuras de linguagem, Filipe (metalinguagem)?"

É uma tentativa, um tanto fracassada (ironia), de decorar -- como tantos fazem no Natal -- o texto natalino (redundância).

E Roberto Carlos e papai-noel só vêm no Natal (trocadilho).

Feliz Natal! Hohohohoho (onomatopéia)!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

E o peixe? Nada.



É isso que acontece quando se divide o quarto (leia: blog) com mais duas Prostitutas de alto nível, da melhor safra que Genebra já teve.
Primeiro o Filipux nos manda um texto crítico e ácido, que bate o recorde de pagamentos, levando os clientes ao delírio. Recebeu nada menos que 24 maços de dinheiro vindos dos mais variados bolsões da Europa.
Depois o Alfaia nos agracia com memórias da infância, carregadas com leves sentimentos e nuances. Textos sobre mulheres e charutos sempre são interessantes, e esse ficou ótimo.
Soma-se a isso o fato d’eu estar sofrendo da tal “crise da criatividade”.
Tentei, penei, rezei, macumbei, mas de nada adianta. Nada sai.
Já não sei mais o que estou escrevendo.
A pressão é alta.
Lá vem os scraps (ó vida orkutiana): “atualiza o blog!”, podendo variar para “atualiza o blog, porra!”.
Mais pressão na mente, já entorpecida e fraca das férias, do sol, do sal e da maresia.
Vocês sabem, afinal, o Mateus é o “cara do cotidiano”. Quando se começa um texto com “hoje aconteceu uma coisa engraçada comigo...” já se sabe: esse é do Mateus!
Acontece que ultimamente eu não tenho tido cotidiano.
Estou de férias (talvez até o fim do texto eu consiga ressaltar isso mais algumas vezes).
Estou de férias! (consegui!).
Eu não poderia falar que minha tia-avó Rosinha veio aqui em casa ontem contando a história da camisinha de novo (vide texto de Sexta-feira, 14 de Outubro de 2005).
Cansei de poemas. Cansei de imagens.
Não ando mais na rua. Parei de observar as coisas.
As férias (mais uma!) estão me destruindo, ao invés de me recompor.
Mas enfim, essa não é a idéia inicial.
Essa é: pensei então em fazer um post sobre o nada. É, o NADA. “Nada”, o contrário de “tudo”. O que o peixe faz (não sei onde)? Nada.
Quer comentar da novela? Do Gugu? Do Faustão? Comenta.
Quer falar que o Brasil pegou um grupo fácil na Copa? Fala.
Você broxou? O binga não sobe? Se abre com a gente.
Quem sabe o seu comentário vai fazer mais sentido, ou valer mais a pena de ser lido do que o meu texto. Se não, pelo menos vai me dar algum tempo para pensar em algo interessante pra escrever aqui pra vocês.

(Obrigado então pelo tempo hein).

Borba

sábado, dezembro 03, 2005

Encape e não VEJA!

É notório o fato de que VEJA é uma revista tendenciosa, panfletária, entreguista e neoliberal. Sabe-se que também está repleta de fofocas de celebridades, é contrária a Movimentos Sociais e que é muito conservadora.

O que tem, porém, chamado atenção nos últimos tempos são as capas da revista. Em uma de suas (capas) mais hilárias aparece um "militante pacifista" cercado por armas (posição contra o referendo) que causa impacto à primeira vista, logo um grande número de edições vendidas. Essa última semana está estampado o rosto de Antonio Palocci (entre as mais de dez destinadas contra figuras do governo) e a seguinte frase: Palocci se firma como o fiador da instabilidade econômica... "Imprescindível". Vulnerável ...mas as denúncias ainda podem sufocá-lo. Dá para perceber a ironia das aspas no "Imprescindível" que está na testa (alusão ao cérebro), como se a revista dissesse que o brilhantismo de Palocci na Fazenda pudesse ser substituído por outro e de que ele é vulnerável na fala podendo se complicar. Essa onda de mensagens subliminares de VEJA só reforça a idéia de que a imagem ativa funções no cérebro de que não se tem idéia.

O vermelho que excita, por exemplo -- se for posto em uma parede de restaurante -- ativa o cérebro de uma maneira como se dissesse: "Come logo e saia rápido". Com essa onda de "subliminarismo" de VEJA só nos resta uma coisa: encapá-las.

Filipux